
Meu refúgio sempre foi
em cantos escondidos...
eu vivo assim em bosques
em becos-sem-saída,
no canto da sala
à margem da vida
à deriva
sem direção...
Eu sou assim minha alma mora em grutas
espreito a vida pela janela
tenho a alma encolhida
é que sou mesmo alguma coisa noturna
mistura de gente com sombra,
de cheiro de terra molhada depois da chuva
o canto do pássaro na mata que ninguém vê
a borboleta camuflada na árvore
a carta que ninguém leu
lugar nenhum
existo com meus pequenos rabiscos
falo uma só língua
eu crio mundos, lendas e jardins
passeio sobre o céu do entardecer
vou nas profundezas do mar
escuto os barulhos da madrugada
eu tenho uma alma noturna
eu sou assim...
Silvia2007
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