
Minha vida, pão e leite,
recanto do dia-não-dia,
desejos subindo à parede
aranha que enfeita o quarto,
solidão que enfeia o coração
só sei que tudo está
divinamente perdido.
todo o simbolismo das coisas
dos objetos
dos sentimentos
tudo se vazou
pelos poros doloridos
olhar e não olhar mais
secar o café da xícara
engolir o último gole molhado
tomando cuidado para não
engolir as lágrimas...deixá-las
passar no curso do rosto
seu destino e o chão
há quem prefira enxugar
panos, emoções, ilusões.
eu não sou rei
sou um fogo não extinto
tenho carne na alma
e um destino ainda
ainda não consigo destilar o mundo
e de pura incompreensão
do senhor mundo
sou eremita sem causa
e nesta alma de plebeu
o que é meu
não me basta
sou um planeta de orbitas errantes
sinto o sangue em doces círculos
nas artérias do meu centro
o meu centro é um buraco negro
sou sangue suga de tentáculos,
tentando viver sem arranhar demais
as paredes do meu quarto
tudo o que sei são quilometros de não-sei.
vivendo e não aprendendo
essa mulher assim sou eu....
Edna 15-03-93
2 comentários:
QUE SAUDADE SINTO DE VOÇE MINHA AMIGA !!!! que DEUS esteja te segurando na mão agora , meu anjinho, fique quietinha em silêncio, um dia poderemos nos encontrar !!!!
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