you know how I feel

you know how I feel

Pablo Neruda



As vezes te afundas, caes

em teu buraco de silêncio

em teu abismo de cólera orgulhosa

e apenas pode

voltar, ainda com estandarte

do que encontrou

na profundidade de tua existência

Amor meu, o que encontras

em teu poço fechado?

algas, rochas?

o que vê com os olhos cegos

rancorosa e ferida?

Minha vida não achará

no poço em que caes

o que eu guardo pra você na altura

um ramo de jasmim com rocha

um beijo mais profundo que teu abismo

não me tema, não caia

em teu rancor de novo

sacode a palavra minha que veio a ferir-te

e deixe-a que volte pela janela aberta

ela voltará a me ferir

sem que você a direcione

colocada que foi forte com um instante dificil

e esse instante será desarmado no meu peito

sorria para mim radiosa

sem minha boca te perco

não sou um pastor doce

como nos contos de fadas

senão um bom lenhador que comparte contigo

terra, vento e espinhos dos montes.

ama-me você, sorria para mim

ajuda-me a ser bom

não te perca em mim que será inútil

não perca a mim, porque te perco.

(Caos, graçias, son las palabras que me ayúdame a vivir.)

Um comentário:

Paco disse...

también, amiga, estas palabras me dan vida.



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