you know how I feel

Este é o meu reino,

o meu domínio,

eu e minha caverna,

meu silêncio, minha solidão.

me sinto triste contigo,

me sinto triste comigo

aborrecida por sua causa,

aborrecida comigo

estou triste com a própria vida.

abandonei minha alma,

condicionada, sigo esta vida

matando o tempo com coisas

que me cansam.

a solidão me traz medo,

mesmo em pequenas doses.

as pessoas sobrecarregam meu coração,

eu me inquieto vendo a vida passar, e não chegar a lugar nenhum.

ou seja, eu me tornar alguém que não precisa mais sofrer para tentar ser alguém.

me sinto morta tendo de calar minhas apreensões,

reprimir meus impulsos, calar minhas dores.

tive que abandonar tudo que me erguia,

escondendo-me de mim,

pra você pensar que tudo está bem.

mas por dentro não está não.

eu não sei mais quando estou sofrendo,

ou quando estou fazendo tempestade em copo dágua,

quando é dor da alma, quando é do corpo,

quando sou sensata, ou sou apenas passiva.

procuro refúgio no passado,

em fotografias,

quero saber como eu era,

e o que se perdeu, e o que me falta,

nada me toca mais como antes.

minha vida se tornou uma estrada cinza.

estou sendo manobrada,

ou que finjo que manobro?

agora quero ajuda, pedir a quem?

é desconcertante isso que sinto

ninguém me disse que quando mais crescemos

mais nos perdemos, eu acreditava no contrário.

tudo agora eu hesito, não tenho certeza de mais nada,

não tenho força mais para o combate,

quero uma vida calma, mas completa.

o completo pra mim é tão pouco, então por que é tão difícil?

e a sensação é que esperam muito de mim,

e eu não posso ser o que esperam de mim

eu não sei ser a alegria dos outros,

ou o elogio dos outros, ninguém me ensinou a ser assim.

eu não sei mudar essa rotina dos meus pensamentos,

eu não sei assistir TV, viver nesta cidade e me manter equilibrada

é dificil converter este caminho que traçei e que parece não ter curva.

vivo numa ansiedade louca que as pessoas associam isso a meu temperamento.

não é ! eu não fico tensa atóa, eu tô cansada desta busca infinita.

eu tô cansada deste sorriso ensaiado na minha cara,

eu tô cansada da faculdade, dos problemas da minha família, dos motivos desta vida.

eu tô cansada de compreender este mundo, justificar as coisas.

eu tô em crise, eu tô me escondendo interiormente e

representando para ninguém me jogar pedra, porque eu estou ficando louca.

Eu estou insegura, eu estou procurando um lugar pra viver

uma vida sem sentir medo de envelhecer, morrer, de ser diferente.

e eu só estou conseguindo abrigo no meu travesseiro.

É melhor admitir este mundo é uma selva,

e eu sou uma criatura fraca sem defesa,

que contou com a sorte pra estar viva.

sou uma criatura decepcionada, desamparada

com olhar sombrio de desolação e raiva.

e vou escrever sobre isso sempre como se isso fosse a minha vocação.

Silvia2007