Eu sigo a mesma rotina,
os mesmos passos na calçada,
as mesmas esquinas,
as ruas nunca mudam,
A mesma mulher,
O tempo não passa,
a vida estagnou-se como um lago,
um lago que não renova as suas águas.
As mesmas escadas,
que teimo em contar os degraus,
a mesma mesa,
o mesmo som do telefone,
as mesmas conversas,
o mesmo cafezinho,
o mesmo jornal, as mesmas notícias.
Só uma coisa é nova todos os dias,
aquele amor que guardo escondido dentro de mim, desde criança
aquele mesmo perfume, como uma brisa de novidade que invade a mesmice dos dias e das horas, e sonho, sonho muito.
Há quanto tempo conheço aquele rosto, aquelas mãos, aquele cheiro, aquela voz,
tudo começou na cumplicidade, uma união de ideais, as mesmas lutas, desejos,
e ele me nutrindo a cada ano, me ajuda a vencer os anos, anos iguais,
sempre a rotina de cada estágio da vida.
Mas este amor não, é novo sempre, um frescor,
eu na sua frente inteira, e não ouso toca-lo, ou dizer palavra alguma que revele o meu desejo, não ouso quebrar o encanto, tenho medo de transforma-lo numa rotina.
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