Descobri que não existo realmente. Sou apenas fruto da minha imaginação.
Toda a minha vida não é mais que um jogo imaginário.
O meu mundo, escrevi-o ao meu gosto.
Vivo num paraíso particular:
O meu Jardim do Éden.Sim!
Escrevi-o ao meu gosto,
Escrever é a única coisa que me prende,
A única coisa que me liberta,
Aqui, no mundo dos homens…
É a sensação mais lasciva e hipnótica que já vivi.
É arder no fogo da minha imaginação.
Queriam-me um cidadão bem comportado?Queriam-me aparente, frívolo, domesticado?Jamais serei rato da gaiola de testes de ninguém.
Renasço sempre que o meu cérebro
Explode como uma granada.
Não temo a insanidade.
A cada dia que passa a folha do calendário cai
Como as folhas das árvores no Outono,
E a cada novo dia que olho o calendário
Sei que posso estar a olhar para a data da minha morte.
Livrem-me da neblina cinzenta do quotidiano,
Da vidinha dos dias insípidos, secos, descolorados…
Na minha vida quero que tudo seja mítico,
Ou que tudo esteja morto.
O meu mundo envergonha o arco-íris,
A realidade é sépia como uma fotografia velha.
Nada é tão decepcionante como viver a realidade.
Basta de pensar nela.
Vou apagar a luz e abrir o portão...
Gonçalo Nuno Martins
Um comentário:
Vamos abrir o portão?
e deixar o sol entrar e ofuscar a vista das pessoas cegas.
Por que a única certeza do futuro é a morte, mas dói a essência do hoje, então vivemos escondidinhos no passado.Esse passado tão pobre, quanto ao cheirinho (cobertor, fralda, ou qualquer coisa deste tipo que apegamos quando criança)que caminhávamos arranstando seu trapos pela casa, mas nunca mais pensamos no leite materno, já pensou nisto??? nunca mais nos lembramos da mais bonita prova de amor por nós, então será por isso que andamos por ai procurando não são mais que trapos para nos apegar, enquanto o amor está ali na cozinha, ou no tamque e nem nos cobra pra ser correspondido...
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