you know how I feel

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Mis ocho cosas (me desculpe, mas essas são as minhas 8 cosas)


Quem fui eu?
Uma criança que brincava na rua e no quintal,
que acreditava na bondade humana,
subia em telhado, não via diferença em brincadeiras de menina e de menino, já joguei, bola, soltei pipa,
tinha um mundo nas mãos pra fazer o que bem quisesse, mentia muito, sonhava com absurdos,
era magra e muito feia, nunca quis ser piloto ou astronauta, já quis ser veterinária e professora. Uma criança dividida, que nunca fui a melhor da turma, que não jogava videogame, que jogava queimada, que não sabia fazer grandes merdas, que era PhD em pequenas merdas, que já roubou coisas na casa de alguém e quis morrer de vergonha quando foi obrigada a devolver no outro dia, que não brigava, que era covarde, que era tímida. Uma criança que chorava sozinha, que na maioria das vezes se sentia sozinha, que tinha uma mente extremamente fértil, que não tinha fé e queria passar manteiga e orégano na hóstia, que era responsável, que precisava do mundo a seus pés mas não sabia como fazê-lo. Essa fui eu.
Quem sou eu? Uma jovem adulta, triste por isso, preocupada com idade e tempo que passa. Uma mineira cheia de orgulho e medos, menos covarde, menos sozinha, menos feia, menos preguiçosa, menos tímida, muito romântica, um pouco iludida, as vezes inocente, ainda tenho espinha na cara, uso óculos (só pra ver filme), com pouca paciência, que ri demais e as vezes chora demais e terá rugas por causa disso, que fala demais, escuta demais, dorme demais e come demais. Uma boba, que espera demais, se decepciona demais, acredita demais, se policia demais, tem pudores demais, se preocupa (muito) demais. uma jovem adulta que tenta ser inteligente, tenta estudar, tenta ser escritora, tenta se formar, tenta ser uma mulher perfeita (e nunca consegue), tenta ter paciência (e nunca consegue), tenta não ser estúpida, tenta não chorar, tenta compreender e justificar, tenta perder peso (mas agora nas férias vou conseguir). Eu sou uma idealista, sonhadora, sou interativa, sou perfeccionista, sou de virgem. Sou brasileira e não acredito nesse papo de que não desisto nunca, sou alegre e, quem sabe, até feliz. Não perdôo fácil, não quero voltar e nem quero ficar, falo sozinha, não sou responsável, não tenho emprego, não tenho nada realmente meu, não tenho salário, não sou difícil de ler. Tenho poucos amigos, tenho sede, de várias coisas, tenho vergonha, tenho medo de aranha e de altura, tenho certeza que amigos é a família que nos deixaram escolher, Minto menos do que antes, canto, danço, ja quis ser veterinária, bióloga, fotógrafa da discovery, psicóloga, cantora de rock. Gosto de chocolate, vinho, livros, gatos, fantasia medieval, segredos, gente do bem (e algumas do mal, depende de qual). Gosto do meu sotaque mineiro, gosto de passaer em Tiradentes e em Ibitipoca, de Porto Seguro e Arrail da´juda, de aprender, da cor vermelha, do mar, das montanhas, de lagos. Odeio livro de auto-ajuda, de emails tipo"corrente", grosseria, mentira, inveja, clichês, gente chata, burrice, coentro, sujeira, solidão, preconceito. Admiro a coragem. Admiro quem faz o que quer. Já joguei volei e ganhei medalha, moro em Bcena desde que nasci e sobrevivi, já simulei, já vomitei de bêbada, já caí de bêbada, já beijei embriagada. Detesto quem finge que faz o que quer. Eu sou alguém que mudou muito poucas coisas, que fez menos bem do que deveria, fez mais mal do que deveria. Queria cantar que nem a Alanis Morissette, cozinhar que nem o Oliver, escrever que nem a Clarice Lispector, ter os olhos azuis, o temperamento da Emilie Poulan (do filme o fabuloso destino de Emile poulan, não sei se é assim que escreve) , queria que as pessoas que eu amo soubessem como as amo. Queria ter estudo música, queria ter estudado no exterior, queria ter uma fazenda, queria falar bem umas cinco línguas. Quero agradar. Quero fazer sorrir. Quero ser sincera, mas em demasia faz mal (que nem cocada). Quero ser feliz. Quero acreditar. Quero ver um milagre antes de morrer, escrever um livro antes de morrer, ter filhos antes de morrer, plantar uma floresta (uma árvore hoje é muito pouco) quero ler, ler e ler, e se der, ser lida e compreendida e amada. Quero o mundo a meus pés e ainda não sei como fazê-lo. Essa sou eu.
Quem serei eu? Se tudo der certo, passar em concurso público, não sei em que área ainda, trabalhar pouco e ganhar muito, montar um canil e um gatil de gratis para todos animalzinhos de rua serem bem tratados, enviar dinheiro para todos os povos carentes, ajudar hospitais de cãncer e asilos, mandar matar políticos FDP corruptos, extraviar dinheiro pela internet de empresários para pagar isso tudo, ter dois filhos, um biológico e um adotado, ou melhor ser escritora e ter criatividade, então já terei visto meu milagre, terei muitas rugas por sorrir demais. Terei uma biblioteca faraônica, muito dinheiro, conhecerei o mundo todo e algo mais, terei todos os meus amigos e ainda mais, terei menos vergonha e paciência (se é que isso é possível). Terei dito várias verdades, sentirei muitas saudades de tudo e todos. Terei aprendido que não preciso do mundo a meus pés. Que não preciso de tanto dinheiro, nem de tantas ambições, nem de tantas coisas. Terei aprendido mais coisas do que jamais achei possível. Terei enterrado grandes amores, literal e metaforicamente, terei menos medo da morte, terei sabedoria, terei cheiro de velha (mas não de mofo). Serei velha, gorda, vaidosa, meio cega, ainda rindo demais, e apesar disso tudo, além disso tudo e com isso tudo, serei feliz. Essa serei eu. Se Deus quiser.

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