
Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei…
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos…Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti,
Porque, por mais que sentisse, sempre me faltou o que sentir
E a vida sempre me doeu, sempre foi pouco, e eu infeliz.
A certos momentos do dia recordo tudo isto
e apavoro-me,
Penso em que é que me ficará desta vida aos bocados, deste auge,
Desta entrada às curvas, deste automóvel à beira da estrada, deste aviso,
Desta turbulência intranqüila de sensações desencontradas,
Desta transfusão, desta insubsistência,
Deste desassossego no fundo de todas as taças de vinho,
Desta angústia no fundo de todos os prazeres,
Desta ansiedade antecipada na asa de todas as coisas,
Deste jogo de cartas que eu não sei jogar.
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