
Não estou certo de nada.
gostava, contudo,
de acreditar que existes,
para te esperar sem angústia,
talvez pôr a música mais baixo,
ouvir os vizinhos a conversar,
preparar coisas para te dizer,
ler um livro, vestir-me.
gostava de ter por ti um amor convencional,
sem ter de imaginar,
com um jantar pelo meio,
um passeio no mais popular do parque,
a ver cisnes e a fugir dos cavalos.
mas não estou certo de nada,
e mais fácil é fechar as portas,
escolher um cobertor quente
e fazer com que vente mais e mais lá fora.
valter hugo mãe
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