
Eu não sei o motivo porque te escrevo,
porque insisto em converter em palavras o que sinto.
isto é apenas um rascunho prolongado nas dúvidas da minha existência.
Este blog é talvez um espelho torto e partido
onde questiono sobre o meu reflexo.
Sei apenas dos porquês da minhas reticências.
Porque sempre permaneço no submundo da espera pelas respostas,
e as respostas que me vendem são sempre as mais adequadas,
mas não cabem nas escolhas que quero para mim.
E aqui estou eu, com a chave desse jardim de sombras.
Só eu sei como é o percurso de me escrever,
Só eu sei onde colocar as palavras desalojadas do meu pensamento,
Só eu sei de cor qual a cor da palavra onde te encontro.
Construo torres de contradições e
flutuo como uma mensageira deste momento.
organizo-me nesta coreografia de linhas.
nesta dança de escrita viajante.
Escorrego no segredo invisível de cada palavra,
desligo o silêncio do momento
Torno-me inexistente.
Torno-me distância.
Só para te escrever, sobre as ilusões repetidas.
sobre as formas distantes que te fogem do olhar
e desenho outros olhos,outras direções .
Quero alargar o tempo.
o tempo que dorme enquanto eu o espero pacientemente.
Escrevo o momento em que te enganei em mim e fingi não te reconhecer,
nesta carta sem fim.
Não sei como começar, antes de viajar dentro dessa eterna imensidão de mim.
Não sei como começar sem antes te encontrar por aqui,
nesta morada de palavras e silêncios...
Silvia 2008
6 comentários:
VOCÊ SEMPRE ESCREVEU MUITO BEM...
QUEM SABE UM DIA NÃO ORGANIZE O SUPRA-SUMO E RESOLVA FAZER UMA PUBLICAÇÃO!? SERIA LEGAL!
LÊ
AH, ALIÁS, ESCREVER BEM VAI SER MUITO ÚTIL NA SUA CARREIRA COMO ADVOGADA...
agora, falando do poema, muito bonito!
você sabe manejar as palavras em consonância com a profundidade que o tema requer.
Grandioso, querida Sílvia! Linguagem precisa, versos coerentes, e, sobretudo belos. Aprecio a sua capacidade de retirar de cotidianos singelos textos tão inspirados.
Beijos, e dias felizes!
Esse teu escrever...esse teu sentir...são um ribeiro de sonhos...
Passou o dia sobre as cidades
Esquecido por esta estação
Uma flor deposita no vento uma semente
Este ribeiro leva consigo a ilusão
Secretamente a terra a recolhe
Guarda-a da voragem do vento
Espera que agua a fecunde
Explode a vida a cada momento
Convido-te a sentir a magia do fim do dia
ao toque das trindades…
Doce beijo
E aew Silvia!!
Como andas??
Está inspirada mesmo!!!
As poesias estão muito profundas, isso que é escrever bem!
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