you know how I feel

you know how I feel

O calendário continua, a dar voltas e voltas,
sem ter tempo para pensar em mim, em você.
Sabe, há datas que não se esquecem.
você deve saber...
Ficam gravadas na pele como uma maldição
à espera de ser arrumada numa gaveta muito funda,
daquelas onde guardamos as ilusões mais quentes.
hoje estou à espera de um esquecimento momentâneo que me deixe mais leve
e me traga alguma paz.
Mas, você deve saber, há dias em que o frio é demasiado
e corremos o risco de voltar atrás nas memórias.
Procurámos refúgio naquilo que fomos um dia
e já não somos mais; ou as vezes
o refúgio é justamente procurar o que não somos
e inventamos um sonho qualquer.
mas isso você também deve saber...
eu guardo fotografias em mim jamais reveladas
como se fossem tesouros,
e volto a elas de vez em quando.
É recorrente.
Fujo num dia de sol,
no tempo em que ainda tudo podia ser perfeito
se eu acreditasse com muita força, pensava eu...
É por isso que não gosto, nem nunca vou gostar de inverno.
O pouco sol lembra-me a chuva,
a chuva miudinha lembra-me de você,
e você me lembra o que eu ainda não sou,
me lembra as lágrimas escondidas
as coisas tão fora do meu alcance,
meu lado banal e infantil.
como sempre, abafo palavras importantes...
e digo com um sorriso que está tudo bem.
Que o tempo das lágrimas já se foi.
Afinal de contas, consigo mostrar-te o meu melhor sorriso.
Um sorriso diferente
porque é exatamente este sorriso que você
nunca viu crescer em mim.
E que eu queria tanto que você pudesse ver.
Mas o calendário não parou por nossa causa.
E mesmo assim eu teimo em esquecer-me dele e não de você.
Nunca.
E espero que não seja tarde demais neste calendário pra mim.
Silvia
(veja só...todas as minhas palavras estão pensando em você)

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